“MEDITAÇÕES”: REFLEXÕES SOBRE AS CRÔNICAS DE ANA PLÁCIDO ESCRITAS NO CÁRCERE

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Conceição Flores
https://orcid.org/0000-0001-8655-9240
Fabio Mario da Silva
https://orcid.org/0000-0002-7034-1260

Resumo

Ana Plácido (1831–1895) e Camilo Castelo Branco (1825–1890) ficaram estigmatizados pelo escândalo de adultério ocorrido na sociedade portuguesa oitocentista. Condenados e presos na Cadeia da Relação do Porto, ela a 6 de junho de 1860, ele a 1 de outubro de 1860, foram absolvidos e soltos em 16 de outubro de 1861. Nesse período, escreveram obras que testemunham as agruras do cárcere: Camilo Castelo Branco, Memórias do cárcere (1862), Ana Plácido, Luz coada por ferros (1863). Este ensaio toma como objeto de estudo “Meditações”, conjunto de crônicas que integra a obra Luz coada por ferros de Ana Plácido, a fim de refletir sobre a sua biografia, focalizando as dores e anseios da autora patentes nas crônicas. A escritora demonstra ter uma visão à frente do seu tempo sobre a condição da mulher, bem como uma coragem inusitada para uma senhora do seu tempo, ao expor-se perante a sociedade patriarcal portuguesa e apontar a hipocrisia social vigente.

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Como Citar
Flores, C., & Mario da Silva, F. (2023). “MEDITAÇÕES”: REFLEXÕES SOBRE AS CRÔNICAS DE ANA PLÁCIDO ESCRITAS NO CÁRCERE. Revista Lusófona De Estudos Culturais E Comunicacionais (NAUS), 6(2), 51–58. https://doi.org/10.29073/naus.v6i2.805
Secção
Artigo
Biografia Autor

Fabio Mario da Silva, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Doutor em Literatura (com bolsa da FCT - Fundação para Ciência e Tecnologia de Portugal), Mestre em Estudos Lusófonos ( com bolsa da Comunidade Portuguesa de Pernambuco) pela Universidade de Évora (Portugal). Pós-doutorado em Literatura Portuguesa (USP/Universidade de Lisboa, 2017). Professor Adjunto da Universidade do Sul e Sudeste do Pará - BRASIL

Referências

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