“MEDITAÇÕES”: REFLEXÕES SOBRE AS CRÔNICAS DE ANA PLÁCIDO ESCRITAS NO CÁRCERE
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Resumo
Ana Plácido (1831–1895) e Camilo Castelo Branco (1825–1890) ficaram estigmatizados pelo escândalo de adultério ocorrido na sociedade portuguesa oitocentista. Condenados e presos na Cadeia da Relação do Porto, ela a 6 de junho de 1860, ele a 1 de outubro de 1860, foram absolvidos e soltos em 16 de outubro de 1861. Nesse período, escreveram obras que testemunham as agruras do cárcere: Camilo Castelo Branco, Memórias do cárcere (1862), Ana Plácido, Luz coada por ferros (1863). Este ensaio toma como objeto de estudo “Meditações”, conjunto de crônicas que integra a obra Luz coada por ferros de Ana Plácido, a fim de refletir sobre a sua biografia, focalizando as dores e anseios da autora patentes nas crônicas. A escritora demonstra ter uma visão à frente do seu tempo sobre a condição da mulher, bem como uma coragem inusitada para uma senhora do seu tempo, ao expor-se perante a sociedade patriarcal portuguesa e apontar a hipocrisia social vigente.
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Referências
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