ESCREVER UM ARTIGO PARA UMA REVISTA CIENTÍFICA

A escrita de um artigo científico é o culminar de um trabalho intelectual continuo e árduo. Por vezes o/a autor/a até tem todo o trabalho organizado, sabe o que quer abordar, tem os dados para trabalhar, mas não sabe com os relatar num texto coerente e organizado.

Tudo parte do/s próprio/s autor/es em estar/em disponível/eis para aprender.

A base de qualquer trabalho científico deve ser a ética. Deve-se reconhecer os trabalhos feitos até ao momento e não os plagiar. Deve-se aceitar todas as críticas.

A redação deve ser clara e sem erros gramaticais. Qualquer artigo submetido para revisão é revisto. Assim, a escrita deve ser adequada à situação. Por exemplo, se for para ser publicado numa revista científica deve ser abordado a metodologia, os meios utilizados, no fundo, o artigo deve fornecer todas as indicações para que possa ser reproduzido por outro/a autor/a. Se for para ser apresentado num congresso ou numa revista da especialidade, os conteúdos e linguagens devem ser adaptados. Em suma, a linguagem utilizada deve ser adequada à finalidade.

O artigo científico traduz todo um trabalho realizado. Todas as fases devem ser registadas, toda a documentação gerada deve estar organizada e de fácil consulta. É este registo organizado que irá permitir a redação do artigo de forma natural e sem perder o foco original.

Por norma, cada revista científica tem a sua estrutura definida sendo fácil adaptação do estudo a essa estrutura.

RESUMO: o resumo deve conter informações que permitam despoletar interesse no/s leitor/es para o ler/em na íntegra. O resumo não é para introduzir o tema nem a descrição das atividades realizadas. Deve ser esclarecedor por si só, não fazendo referências ao corpo do trabalho nem conter citações ou referências bibliográficas. Deve-se evitar uso de abreviações e símbolos. O resumo deve indicar o problema, justificar o porquê de ser um problema, uma frase que apresente a solução para o problema e capte atenção do/s leitor/es. Por fim, deve explicar como a solução é solução.

INTRODUÇÃO: numa primeira fase deve procurar explicar a importância do tema. De seguida deve-se procurar na literatura se existe algo que responda ao ponto de partida e o que há de momento sobre o tema. Deve-se então ver que soluções são válidas na atualidade para o problema em si. Com isto por base, deve expor qual a solução apresentada e, por fim, a conclusão deve coincidir com a justificação do tema.

CORPO DO TRABALHO: no corpo do trabalho deve-se descrever o problema a ser resolvido. O porquê da situação ser considerada de relevo e o porquê de ser importante resolvê-la. De seguida deve-se descrever a solução, o que foi feito para a resolução do problema, descrevendo a metodologia usada.

Após a metodologia descrita deve-se apresentar os resultados, fazendo prova do que foi descrito anteriormente. Deve-se verificar o que já existe e comparar com os resultados obtidos, evidenciando-se qual o contributo do artigo.

CONCLUSÃO: deve-se apresentar as conclusões que se retiraram com o estudo. A conclusão deve responder ao tema abordado na introdução. Deve-se verificar o que a literatura concluiu e o que o estudo permite concluir. Se vai de encontro ou contesta o que já existe. Nesta fase deve-se apresentar as limitações que foram sentidas aquando do desenvolvimento do mesmo. A conclusão deve ser percetível mesmo para quem não leu o corpo do artigo. Quando alguém se interessa por um artigo, lê o título, o resumo e a conclusão. Se lhe agradar, lê o corpo do texto.

Se usar algum termo na conclusão que tenha sido apenas usado no corpo do trabalho o/s leitor/es fica/m sem perceber. Se a conclusão for estimulante o/s leitor/es vai/ão ter interesse no corpo do trabalho, vai/ão querer saber como se chegou àquela conclusão, se se usou um software próprio, qual a amostra e metodologia usada.

 

FACILITAR A PUBLICAÇÃO DO SEU MANUSCRITO NA RTIC

Antes de submeter o seu manuscrito deve procurar responder às seguintes questões:

Conteúdo:

  • O manuscrito enquadra-se no âmbito da revista?
  • O texto está claro, conciso e acessível?
  • O título, resumo e palavras-chave revelam os pontos-chave do seu manuscrito, e não ultrapassa o limite de palavras?
  • Tem autorizações escritas para a reprodução de figuras e quadros que estejam sob direitos de autor?

 

Estrutura:

  • O tamanho do texto adequa-se ao recomendado pela RTIC?
  • O Formulário de Identificação inclui o nome e afiliação de todos/as os/as autores/as?
  • Está formatado de acordo com as “normas para autores/as”?
  • Todas as referências feitas no corpo do texto, legendas e notas estão incluídas nas suas referências bibliográficas?
  • O seu manuscrito cumpre todas as normas de anonimização de acordo com a política de revisão por pares da nossa revista?

 

O QUE DEVE SABER E ESPERAR COM A REVISÃO POR PARES NA RTIC

O processo de avaliação de artigos submetidos à RTIC consta de duas etapas. A primeira, uma avaliação preliminar dos Editores-Chefes, que examinam a adequação do trabalho à linha editorial da revista e fazem a avaliação preliminar (Desk Review). A segunda, a avaliação propriamente dita, que consiste no sistema de avaliação cega por pares (double blind review) ou aberta por pares, a ser realizada por dois revisores ad hoc.

 

O que procuram os/as revisores/as?

A avaliação considera, primordialmente, a qualidade científica do texto, com foco nos seguintes aspetos:

Atualidade do tema;

Originalidade do trabalho;

Relevância e consistência teórica do texto para o desenvolvimento da área de conhecimento;

Qualidade do referencial teórico utilizado;

Qualidade de redação e organização do texto;

Contribuição do trabalho para o conhecimento administrativo e/ou para ação administrativa em organizações;

Metodologia utilizada: propriedade, qualidade, nível de sofisticação;

Qualidade da análise e discussão dos dados (se for o caso);

Conclusões: consecução, fundamento e coerência.