Cérebro e tecnologia: A odisseia da evolução humana em um mundo digital
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Este artigo explora a intrincada relação entre o avanço tecnológico e a evolução humana, questionando se o progresso das ferramentas acompanha o desenvolvimento da nossa própria condição. Partindo de uma conceituação de tecnologia como conhecimento aplicado à produção, o texto mergulha na complexidade de definir o "humano", traçando um panorama desde as visões filosóficas clássicas de Sócrates, Platão, Aristóteles, Descartes e Locke, até a interface contemporânea da neurociência com a filosofia, exemplificada por Patricia Churchland. A análise se aprofunda no funcionamento cerebral, destacando a neuroplasticidade e como o meio ambiente molda nosso conectoma neural e percepção da realidade, ressaltando a singularidade da experiência individual e a coexistência de comportamentos conscientes e inconscientes. Aborda-se, ainda, a sutil interação entre fatores genéticos e o ambiente na formação do indivíduo, citando pesquisas em neurogenética que associam variações genéticas a transtornos psiquiátricos e suas implicações no comportamento. Conclui-se que, embora a tecnologia tenha impulsionado avanços significativos na expectativa de vida e na saúde, ela é fundamentalmente uma ferramenta; a verdadeira evolução humana reside na capacidade do indivíduo de lidar com sua própria dicotomia, impulsionada pelo conhecimento e aprendizagem constante. O artigo finaliza enfatizando a necessidade de políticas públicas e uma Educação que capacitem o ser humano a conviver com seu próprio fator humano, utilizando a tecnologia de forma consciente e ética para moldar um futuro digno para a humanidade.
Downloads
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Referências
Aristóteles. (séc. IV a.C.). Ética a Nicômaco (Várias edições). (Obra filosófica clássica).
Bethlehem, R. A. I., Seidlitz, J., White, S. R., Vogel, J. W., Anderson, K. M., Adamson, C., Adler, S., Alexopoulos, G. S., Anagnostou, E., Areces-Gonzalez, A., Astle, D. E., Auyeung, B., Ayub, M., Bae, J., Ball, G., Baron-Cohen, S., Beare, R., Bedford, S. A., Benegal, V., ... Alexander-Bloch, A. F. (2022). Brain charts for the human lifespan. Nature, 604(7906), 525–533. https://doi.org/10.1038/s41586-022-04554-y
Blair, R. J. R. (2007). The amygdala and ventromedial prefrontal cortex in psychopathy. In H. Hervé & R. L. Hare (Eds.), Psychopathy: Essential readings (pp. 165–174). Guilford Press.
Churchland, P. S. (1986). Neurophilosophy: Toward a unified science of mind-brain. MIT Press.
Churchland, P. S. (2002). Brain-wise: Studies in neurophilosophy. MIT Press.
Descartes, R. (1641). Meditações metafísicas (Várias edições). (Obra filosófica clássica).
Japiassú, H., & Marcondes, D. (1996). Dicionário básico de filosofia. Jorge Zahar.
Koch, C. (2004). The quest for consciousness: A neurobiological approach. Roberts and Company Publishers.
Locke, J. (1689). Ensaio sobre o entendimento humano (Várias edições). (Obra filosófica clássica).
Longo, W. P. (1984). Tecnologia e soberania nacional. Nobel.
Moffitt, T. E. (2005). The new look of behavioral genetics in developmental psychopathology: Gene–environment interplay in antisocial behaviors. Psychological Review, 112(3), 746–760. https://doi.org/10.1037/0033-295X.112.3.746
Nature Neuroscience. (2023). Artigos diversos.
Platão. (séc. IV a.C.). A República (Várias edições). (Obra filosófica clássica).
Seth, A. (2021). Being you: A new science of consciousness. Dutton.
Sócrates. (séc. V a.C.). Não deixou obras escritas; seus pensamentos são conhecidos por meio de seus discípulos, como Platão (Apologia de Sócrates, Críton). (Referência indireta via Platão ou outros filósofos).