População idosa e letramento em saúde: reflexões acerca do acesso e da não utilização dos serviços de saúde

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Flavio Ignes Tristão
https://orcid.org/0000-0001-5964-8010

Resumo

Segundo o prospecto da população mundial das Nações Unidas divulgado em 2019, estima-se que a população total do Brasil é de aproximadamente 210 milhões de habitantes. Destes, cerca de 30 milhões correspondem à população acima de 60 anos, representando, portanto, 14%. Este fato nos permite notar a considerável expansão da população idosa no transcorrer dos últimos 70 anos, visto que na década de 1950, a população acima de 60 anos representava apenas 4,9% do total de habitantes.


Ao situar esta dinâmica populacional que envolve o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e, consequentemente, de sua população idosa, cabe direcionar uma reflexão acerca do acesso e da utilização do sistema de saúde por parte deste estrato populacional.


Sem pretender buscar aprofundar a íntima relação entre a integralidade da atenção e a disponibilidade dos serviços, vale lembrar que a primeira apresenta uma enorme abrangência, passando pela necessidade de compreender e assimilar o conceito ampliado de saúde, o modelo organizacional do sistema de saúde e o desenvolvimento de políticas de saúde que terão influência direta no cotidiano da população.


Este trabalho surge como um recorte da dissertação de mestrado em que foram investigadas as causas do absenteísmo dos usuários aos serviços de saúde, porém para o público geral. Portanto, agora, os resultados da referida dissertação serão analisados a partir dos participantes entrevistados que tinham mais de sessenta anos, o que compreende dez dos vinte e seis usuários que não haviam comparecido às consultas agendadas.


Ao buscar compreender a utilização dos serviços de saúde, bem como sua “não utilização” (o absenteísmo dos usuários aos serviços de saúde) e as causas deste fenômeno, é necessário entender as formas em que se dão as condições de acesso aos serviços e assim realizar uma conexão entre esta nítida contradição entre os recursos oferecidos e sua não utilização.


Alguns fatores que têm interferência direta no acesso aos serviços de saúde de forma adequada e em tempo oportuno são nesta investigação considerados, tais como a disponibilidade dos serviços, os recursos financeiros envolvidos, o grau de informação deste público e sua aceitabilidade acerca dos diferentes eventos que compõem a produção do cuidado.


Os resultados evidenciam uma necessidade de se avaliarem criteriosamente as dimensões do letramento em saúde para se poder intervir com eficácia e dar o respectivo empoderamento e controle às pessoas e comunidades que, tanto em função do baixo nível educacional quanto da idade avançada, podem apresentar menores níveis de letramento em saúde e, consequentemente, estar mais vulneráveis com relação ao seu estado de saúde.

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Como Citar
Ignes Tristão, F. (2021). População idosa e letramento em saúde: reflexões acerca do acesso e da não utilização dos serviços de saúde. JIM — Jornal De Investigação Médica, 2(2), 053–066. https://doi.org/10.29073/jim.v2i2.428
Secção
Artigo